sábado, 4 de agosto de 2012

Galway ferve no verão

Foto: Galway Independent

Como eu disse há alguns posts atrás, verão em Galway é uma loucura... a cidade ferve. Não na temperatura, porque né... média de 15 graus e chuva todos os dias. Mas alta temporada aqui atrai muita gente, não só pelas belezas naturais e pela noite agitada, mas também pelos eventos.

Depois do Volvo Ocean Race e do Film Fleadh, tem o Galway Arts Festival, que é considerado o maior festival de arte na Irlanda. Pra minha tristeza, não consegui ver quase nada por algumas razões. A primeira e mais óbvia: grande parte dos eventos era paga. E quando eu digo paga, não digo 2 euros, mas 10, 20, 30, 40. O que pra mim era um pouco caro. Havia apresentações de teatro, música e dança. Boa parte das atrações eu não conhecia, mas tinha show, por exemplo, do Sargento Motor Mouth, o cara da Loucademia de Polícia que fazia sons com a boca (25 euricos). Entretanto, haviam algumas poucas coisas legais de graça, como artistas de rua e uma exposição de arte com obras de colagem e esculturas de um artista chamado David Mach, que eu achei sensacional.
 
Outra: choveu muito durante a semana. Não que a chuva sirva de desculpa pra ficar em casa em Galway, já que aqui chove todos os dias, só que geralmente é garoa. Só pra terem uma noção, enquanto eu escrevo esse post já fechou o tempo e choveu 4 vezes, intercalando com um sol lindo. Aquela semana não. Só caiu bomba d’água ininterrupta, inclusive durante a Macnas Parade, que era o desfile pra finalizar o festival. Esse eu vi (óbvio, era de graça).

Macnas Parade - quase uma Olinda com bonecões gigantes

Foto: Galway Independent
Mas o desfile, além de ter sido curtíssimo - provavelmente devido à chuva - tinha alguns carros alegóricos que eu já tinha visto no desfile de St. Patrick em Dublin. Ou seja, refugo total. Minha suposição (não só minha, mas de outras pessoas): a grana toda deve ter sido usada no Volvo e não sobrou nada pras artes. Se for isso mesmo, a novela se repete, só muda de endereço. 


Galway Races

Fotos: Galway Advertiser
 
Passado o Arts Festival, era a vez de uma das semanas mais aguardadas pela sociedade galwegiana: as Galway Races. Uma semana inteirinha de gente emperiquitada que vai assistir às corridas de cavalo em Ballybrit. Mas a atração não fica por conta dos cavalos, mas sim das competições bizarras que acontecem durante o evento e da bebedeira declarada, que inclusive, é anunciada até em um site de turismo da cidade. A primeira delas, a corrida das noivas, onde mulheres de todas as idades disputam uma corrida vestidas à caráter.

Noivas em fuga
Depois tem o famoso Ladies Day, em que uma mulher é escolhida como a mais elegante. E todas elas usam aqueles chapéus super extravagantes (também tem prêmio para o melhor chapéu).

Melhor chapéu (esq.) e a mais bem vestida. Que dupla, hein?
Um dos modelos mais comentados entre as competidoras.
Agora... se você pensa que o bacana tá apenas em ver todo mundo mega "chique", você está muito enganado. O Ladies Day é também conhecido como o dia em que Galway vira um pandemônio, onde todos ficam muito bêbados em um nível extremo. Até então, eu não achava nada demais, porque aqui todo mundo bebe e sempre tem bêbados nas ruas. Mas o que eu vi nessa última quinta-feira é algo além do comum. Alguém aí assiste Walking Dead? Se sim, imaginem que ao invés de zumbis você tem bêbados nas ruas. É mais ou menos essa cena que eu presenciei depois das 9 da noite. 

Uma das mais simplesinhas
As ruas tavam transborandando de copos plásticos, garrafas e papeis. Aquelas mulheres emperiquitadíssimas que eu havia visto no alto de seus saltos, estavam no chão, deitadas nas poças de chuva, bêbadas com seus luxuosos vestidos azuis sendo encardidos por causa da sujeira no chão. Os meninos já estavam sem gravata e com ternos atirados por aí na rua (o desapego aqui é algo que impressiona muito ainda). Gritos, correria, tumulto, música. Um troço assim. Eu tava mais perdida que surda em bingo, mas rindo muito.

Óbvio que eu aproveitei pra fazer umas fotinhos, ao menos das que estavam em algum estado digno. Porque das outras eu fiquei com dó. (Tá, mentira, algumas eu até filmei, esperando que elas caíssem do salto [bicha má mode: on]) Mas foi super divertido conversar com algumas das gurias, super contando como tinha sido preparar seus chapéus, ou falando sobre os chapéus exóticos que elas tinham visto durante o dia. Ou então papear com o grupo de bêbadas que ficou impressionado com o cabelo e a pele da Cecília, que é morena de cabelo crespo.

Alguns chapéus são feitos pelas próprias mulheres, como essas da foto.

Parece uma coisa meio Barbie, não?

Parte do grupo de meninas que a gente conheceu no furdunço, muito legais (e bêbadas)

Sei que o que eu presenciei naquela noite foi algo “apocalipticamente” engraçado e que eu não imaginava que Galway pudesse ter: mais bêbados do que já tem.

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