quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Dublin x Galway



The Custom House
Algumas pessoas que pensam em vir pra Irlanda me mandaram e-mail durante esses meses pois estavam na dúvida se escolhiam Dublin ou Galway. Achei demóóóis, porque descobrir que não é só tua família e amigos que leem o blog é bem gratificante e tu se acha o máximo hehehe. Mas na verdade, não podia ajudar muito essa galera porque eu nunca tinha efetivamente visitado Dublin (St. Patrick’s Day não conta nessas horas, definitely). Eu só podia falar sobre isso baseado no porquê da minha escolha. Desde o início eu já tinha gamado em Galway porque eu curto muito essa coisa mais tradicional, mais interior, mais cara de Irlanda. Só que se compararmos na questão de grana, os valores das escolas de Dublin são mais baratos do que os de Galway devido ao número de instituições que há na capital, gerando mais concorrência e claro, melhores preços.

Enfim... esse final de semana visitei uma amiga coreana em Dublin. De cara já constatei algo que eu nunca quis admitir pra mim mesma, mas que é a mais pura verdade: eu tenho fobia de cidade grande. Aquele barulho, aquela correria, carros, pessoas, buzinas, sirenes, gritos. Isso me passa uma sensação meio de pânico e histeria. Algo que definitivamente não me soa saudável (falou a velha colona dona de sete gatos e um lote atrás de casa).

Dublin é uma cidade velha, mas bonita, que mantém alguns traços irlandeses, mas deixa evidente a mistura que se tornou. Espanhois, coreanos, indianos, africanos, brasileiros – MUITOS brasileiros. Resolvemos dar uma volta pela cidade, conhecer alguns pontos, praças, prédios históricos.  Tudo muito bonito e tal, claro. Mas sabe quando tu chega num ambiente aconchegante e se sente bem? Dublin não foi o caso pra mim. Pra reforçar isso, encontrei uma amiga brasileira que há anos não via. Fomos a um evento na cidade, o Tall Ships. Confesso que não entendi o propósito daquilo, sendo que não vi quase nenhum navio. Só uma multidão indo pra todos os lados, com chapeuzinho de marinheiro. Até o Volvo Ocean Race de Galway,  que eu n achei grande coisa,  batia de 10 a zero nesse festival, já que ao menos tinha um propósito. Claro, talvez isso tenha acontecido porque eu não me programei, ou porque n fui nos lugares certos. Mas esse ambiente caótico e insosso tava me pertubando.

Agitação na Grafton St.
Isso significa que é hora de buscar refúgio no canto sagrado da Irlanda, onde tudo fica mais bonito: o pub! Certo? Errado. A cara de tacho do atendente – que eu arrisco dizer que era gerente – era de dar dó. Depois de ter nos ignorado por muito tempo, ele finalmente nos atendeu sem nem ouvir, já dizendo: “Pra vocês é chá, né? Pq eu só vendo bebida com identidade.” Na hora achei que brincadeira  e me senti lisonjeada – “Uau, ainda engano com uma carinha de 18, Yes! “ Mas não, o cara foi um estúpido mesmo. Cadê as pessoas legais e amigáveis??? Onde estão vocês?? Eu sei que vocês também existem em Dublin!!!

Me senti uma colona do interior na cidade grande quando entrei na loja da Prada, com seu carpete branco reluzente e preços um pouco acima do meu patamar. Só faltou o chapéu de palha, a sandália com meia e a enxada nas costas pra completar a cena. Eu tava era abismada com todo aquele luxo. É tudo muito... muito! hehe. No centro da cidade tu tem uma overdose de lojas. Enormes, com 2, 3, 4 andares, milhões de opções que no início pareciam fantásticas, mas aos poucos foram se tornando iguais. E aos poucos tudo aquilo foi ficando meio chato... Não sei se foi birra minha ou se o meu resfriado iminente era o culpado, mas eu já tava perdendo as esperanças quanto essa cidade.
 
Temple Bar e suas figuras exóticas
Até que finalmente achei um canto onde eu pude respirar: O Temple Bar. E não foi por causa dos pubs não. Ali é um dos centros culturais da cidade, com lojinhas vintage, de design, produção própria e também com teatros, cinemas, escolas de arte/atuação/cinema e onde fica o Instituto de Filmes da Irlanda. Além disso, almocei num restaurante italiano super 10, onde fizemos amizade com toda galera e, de quebra,  minha amiga já arranjou uma oportunidade de trabalho.

A partir daí, finalmente comecei a olhar pro brightside de Dublin e perceber que afinal de contas, é uma cidade legal, sim. Eu que não tava no meu melhor dia. A gente só precisa achar o lugar em que a gente melhor se encaixa. Sem contar que tem inúmeras opções pra tudo: restaurantes, lojas, entretenimento, etc.

Yu Kyung com Chinotto, um refri italiano feito com laranja

Então agora se me perguntam Dublin ou Galway, eu já tenho uma resposta mais concreta. A minha dica primordial é: saiba do que você gosta e o que você procura numa cidade quando fizer intercâmbio. Se tu é do tipo de pessoa que é cosmopolita, gosta de agito, diversidade, barulho, Dublin é uma baita escolha, tá no caminho certo. Agora, se tu é mais chegado numa old town, com carinha mais típica, mais interior, sem todo auê de cidade grande, mas animada e agradável, Galway é perfeita pra isso. Não leve em conta o número de brasileiros. Galway tem bastante e nem por isso eu mudei de ideia ou aprendi menos. Teu aprendizado depende basicamente da TUA atitude perante a isso.

Eu voltei pra Galway com duas certezas: a primeira, de que eu tinha feito a escolha certa vindo pra cá. A segunda é a de que eu tava resfriada... droga :/

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Beber, cair e levantar


The Quays: um dos pubs mais famosos em Galway

Irlanda: Trevos, campos verdes com ovelhas, casinhas de sapê, Guinness, pubs. Ah, os pubs.  Me dei conta de que não falei sobre algo tão trivial, tão comum, tão... Irlanda. Imperdoável de minha parte.

Mas ainda dá tempo. E essa semana veio a calhar. Motivo: uma lei que existe há um tempo aqui, mas que não era levada à risca pelos donos de bares, resolveu voltar a receber atenção em Galway. Essa lei determina que os pubs devem ficar abertos até às 11:30pm de segunda à quinta, e até à 12:30am na sexta e no sábado, com meia hora de tolerância todos os dias.  Os donos que abrem mais tarde também podem ficar até mais tarde, fechando à 1am em dias de semana e 2am nos findis. Confesso que ainda não entendi a medida... e lendo os jornais daqui não fica claro o porquê de resolverem reforçar a fiscalização agora, ainda mais com o número de pessoas nas ruas ser maior no “verão” (se é que podemos chamar isso de verão).

Ahhh, ficaram impressionados com os horários? Pois é, filho, aqui é assim. Aqui festa acaba cedo MESMO.  Mas também, às 2 da tarde já tem neguinho sentado no balcão, pedindo uma bira. Acho que já comentei em algum post sobre como é bizarro: no máximo do máximo às 2 e meia da manhã o Dj desliga o som, guarda os apetrechos, acendem-se todas as luzes – o que tira qualquer possível magia que o lugar pudesse ter, acreditem –  os garçons passam o mop no teus pés e o segurança delicadamente te empurra pra fora do estabelecimento.

The King's Head: Primeira opção dos turistas

E outra coisa: bebida fora dos pubs, depois das 22h não é vendida. Mesmo no Tesco 24horas. Chega 9 e meia da noite, “os irish pira” e correm pros mercados e lojas off-license. Vocês precisavam ver na véspera da sexta-feira santa: não é permitido vender bebida durante todo o dia... uma lei ainda vinculada à igreja, by the way. Esse dia foi um auê... re-a-liza! As prateleiras estavam completamente vazias, um arrastão, parecia que ia acontecer um furacão e todo mundo precisava comprar seu suprimento de cervejas e cidras. Ah é, aqui as mulheres bebem muita cidra – blérgh – geralmente Bulmers.

E é incrível como o pessoal bebe. Assim ó... mah bebe! Mesmo com essas leis e com o imposto sobre bebidas ser um dos maiores da Europa (em geral perdendo apenas para a Finlândia, Suécia e UK na Europa), a galera entorna o caneco!  O valor médio de uma pint de Guinness nos pubs mais frequentados é de € 4, o que dá quase 12 pila...  Nesse caso, a lei que se aplica aqui para os brasileiros é “quem converte não se diverte”. True story.

A mais popular, sem dúvida.

Só aqui em Galway são mais de 70 pubs. Isso mesmo: uma cidade com não mais que 100 mil habitantes tem mais de 70 pubs (sem contar restaurantes e bibibis). E não, não precisa pagar pra entrar, como na nossa estimada Caxias do Sul. Aqui tu entra e sai livremente sem precisar tirar um pila do bolso. Mas, né... o pessoal aqui quando se trata de cerveja não é nada mão de vaca (também, bem diferente do nosso estilo gringo de ser caxiense).

Eu até tentei montar o chamado Projeto 72, com os nomes e endereços de todos os pubs pra ir riscando da lista aos poucos. Mas no fim das contas a gente acaba sempre indo nos mais próximos ou onde vão mais conhecidos.  Segundo minha contagem, consegui visitar até agora 25 pubs. Um número bem abaixo das minhas expectativas... mas ainda tem um tempinho pra tentar dar um upgrade.

Outra grande coisa dos pubs: música. A maioria esmagadora sempre tem bandas tocando. 98% deles são ótimos músicos e de todos os gêneros. Não que eu super entenda de música, mas né... a gente saca quando o bagulho é bom.  Pra vocês terem uma ideia: segunda-feira passada fui assistir em um pub chamado Busker Brownes uma orquestra de metais com uma cantora de funk, de uma das bandas que eu gosto aqui, a Getaway Gondola. Se tu fechava os olhos e deixava rolar aquele som de Sinatra, tu podia achar que estava em uma daquelas festas norte-americanas de filme chiquésimas dos anos 40. Se não bastasse tudo isso, o pessoal daqui é tão animado, tão amigável e de boa que tu só sai de um pub sem fazer amizade se tu não quiser.

Então se vocês tinham aquela imagem de que irlandês é um povo alegre e beberrão, posso dizer que, pelo menos em Galway, é assim mesmo. Assino embaixo, com uma pint de Guiness na outra mão, é claro.

O'Conners: um dos pubs mais tradicionais. Uma espécie de "Paiol" irlandês


terça-feira, 14 de agosto de 2012

O mundo é maior que o teu quarto

É, cambada... já foram cinco meses.
Parece que foram 12, parece que foi um.

Quando eu digo que fazer intercâmbio é tipo Lost, acho que só quem fez isso é capaz de entender. Não me entendam mal, ou que isso é esnobe,  ou sei lá... mas é que é um mundo muito particular, quase paralelo, totalmente diferente da realidade. Aqui em Galway, especialmente, o ambiente contribui muito para essa impressão, já que é uma cidade muito viva, com uma mistureba de culturas que é incrível.

Agora é uma época de transição, onde muitos brasileiros tão chegando, muitos tão indo embora. E é muito engraçado quando a gente encontra um recém-chegado, pedindo informações sobre o visto, apartamentos pra alugar, como abrir conta no banco... parece que foi ontem que eu é que tava no outro lado perguntando. Hoje é eu que tô dando as respostas...  me sentindo uma “veterana”.  

E durante esse processo, a gente entende muita coisa sobre si mesmo e sobre as pessoas. Aprender inglês, pra maioria, é uma grande desculpa. Tem gente que se descobriu, veio em busca de autoconhecimento, autoconfiança, abrir os horizontes. Vão voltar pessoas melhores, com novas ideias, novos destinos. Vida nova.

Eu não sou muito adepta de posts pessoais. Nem mudei minha vida ou encontrei Jesus (apesar de terem muitos espanhois que atendem pelo nome). Mas essa nostalgia me levou a pensar em coisas que eu aprendi aqui e que vou levar comigo. Talvez muito do que tá aqui não entra na lista de outras pessoas. São coisas que parecem bobas, óbvias. Mas que durante essa viagem ficaram muito evidentes pra mim porque eu vivi elas.

Então queria dividir um pouco disso com vocês (e também escrever em algum lugar pra não esquecer, caso eu precise de alguma referência futura, em alguma palestra motivacional que eu vá dar no futuro... a gente nunca sabe o dia de amanhã).

Algumas lições bem gerais, porque dar exemplos óbvios e citar nomes podem gerar processos na justiça, desentendimentos e até separações (Marcelle semeando a discórdia desde 1986):

- Primeiríssima lição, mais difícil e que será útil durante toda a tua estada: Desapego!!!!  Material e pessoal. Resume muito dos sentimentos aqui. É um troço difícil, mas tu supera.

- As pessoas são muito diferentes, têm prioridades diferentes e o mais interessante: conceitos diferentes. O que parece óbvio aos olhos de uns é exatamente o oposto aos olhos de outro. (Isso me leva ao item de que gaúchos tem uma língua própria. Ninguém aqui sabe que guisado é carne moída, rancho é a compra do mês, negrinho é brigadeiro e tema é lição de casa...)

- Eu tive uma educação privilegiada em todos os sentidos. Com toda a modéstia, mas, pai e mãe, sério...  vocês arrasaram. 

- Acredite no teu sexto sentido. É incrível como ele não falha e como ele sabe quando as pessoas são boas ou ruins. Mas não deixe que a primeira impressão te impeça de tentar um contato maior. Pode ser que as pessoas sejam apenas... diferentes.

- Tu não precisa tentar se encaixar num lugar/grupo que tu sabe que não pertence. Sempre há outras pessoas que estão na mesma vibe que tu.

- Evite ser radical. Aqui é o momento de entender o diferente, de ser político, de abrir espaço pra novas ideias. Mas há situações que é necessário sim manter uma postura rígida, nada de corpo mole. Caso você chutou o balde e foi radical mesmo, aprenda a lidar com as consequências.

- Convivência é uma questão de sobrevivência. Mas faça o possível pra que seja ótima!

- Se você não sabe cozinhar... vai aprender. Não a cozinhaaaar, mas ao menos a fazer arroz e massa.
(lição atualizada na hora do almoço) 

- Tu vai fazer muitos amigos aqui.  E vai ser ótimo! Troca de experiências, de informação, de tudo! E só não tem companhia para festa se quiser ir sozinho. Mas infelizmente, a maioria dessas pessoas, tu nunca mais vai ver e vai perder o contato. Vai dar um oizinho no facebook de vez em quando, vai visitar enquanto estiver por aqui...  e eras isso. Como na vida “real”, os bons e fieis não preenchem uma mão. 

- Esqueça os convites formais. Se uma pessoa é tua amiga num dia não quer dizer que ela vai te convidar pra todas as festas ou eventos sociais. E não há nada de mal nisso.  (confesso que esse foi o mais f*da pra aprender... e ainda é difícil). Ou seja: simplesmente pegue seu fardo de cerveja e dirija-se à festa mais próxima (mesmo sem saber quem é o anfitrião).

- Tu vai perceber (se já não sabe) que teus pais, namorado (se tiver) e amigos são as pessoas mais importantes do mundo. Mas nenhum deles faz tanta falta (que chega a doer só de pensar) quanto o teu cachorro ou o teu gato (foi mal aí, galera).

- Tu pode viver sem televisão. Já sem internet ou celular...

- Brasileiros são onipresentes (especialmente em festas);

- O mundo é maior que o teu quarto e chuva não é ácida (um salve pra quem tá em Galway e sabe bem do que eu to falando!)

E tem aquele velho clichê mas que encaixa bem nesse caso: viva o teu dia aqui como se fosse o último. Porque, afinal de contas, algum dia ele será. E você vai ter que dar adeus mais uma vez... aqui em Galway, geralmente, o point é na Coach Station.

sábado, 4 de agosto de 2012

Galway ferve no verão

Foto: Galway Independent

Como eu disse há alguns posts atrás, verão em Galway é uma loucura... a cidade ferve. Não na temperatura, porque né... média de 15 graus e chuva todos os dias. Mas alta temporada aqui atrai muita gente, não só pelas belezas naturais e pela noite agitada, mas também pelos eventos.

Depois do Volvo Ocean Race e do Film Fleadh, tem o Galway Arts Festival, que é considerado o maior festival de arte na Irlanda. Pra minha tristeza, não consegui ver quase nada por algumas razões. A primeira e mais óbvia: grande parte dos eventos era paga. E quando eu digo paga, não digo 2 euros, mas 10, 20, 30, 40. O que pra mim era um pouco caro. Havia apresentações de teatro, música e dança. Boa parte das atrações eu não conhecia, mas tinha show, por exemplo, do Sargento Motor Mouth, o cara da Loucademia de Polícia que fazia sons com a boca (25 euricos). Entretanto, haviam algumas poucas coisas legais de graça, como artistas de rua e uma exposição de arte com obras de colagem e esculturas de um artista chamado David Mach, que eu achei sensacional.
 
Outra: choveu muito durante a semana. Não que a chuva sirva de desculpa pra ficar em casa em Galway, já que aqui chove todos os dias, só que geralmente é garoa. Só pra terem uma noção, enquanto eu escrevo esse post já fechou o tempo e choveu 4 vezes, intercalando com um sol lindo. Aquela semana não. Só caiu bomba d’água ininterrupta, inclusive durante a Macnas Parade, que era o desfile pra finalizar o festival. Esse eu vi (óbvio, era de graça).

Macnas Parade - quase uma Olinda com bonecões gigantes

Foto: Galway Independent
Mas o desfile, além de ter sido curtíssimo - provavelmente devido à chuva - tinha alguns carros alegóricos que eu já tinha visto no desfile de St. Patrick em Dublin. Ou seja, refugo total. Minha suposição (não só minha, mas de outras pessoas): a grana toda deve ter sido usada no Volvo e não sobrou nada pras artes. Se for isso mesmo, a novela se repete, só muda de endereço. 


Galway Races

Fotos: Galway Advertiser
 
Passado o Arts Festival, era a vez de uma das semanas mais aguardadas pela sociedade galwegiana: as Galway Races. Uma semana inteirinha de gente emperiquitada que vai assistir às corridas de cavalo em Ballybrit. Mas a atração não fica por conta dos cavalos, mas sim das competições bizarras que acontecem durante o evento e da bebedeira declarada, que inclusive, é anunciada até em um site de turismo da cidade. A primeira delas, a corrida das noivas, onde mulheres de todas as idades disputam uma corrida vestidas à caráter.

Noivas em fuga
Depois tem o famoso Ladies Day, em que uma mulher é escolhida como a mais elegante. E todas elas usam aqueles chapéus super extravagantes (também tem prêmio para o melhor chapéu).

Melhor chapéu (esq.) e a mais bem vestida. Que dupla, hein?
Um dos modelos mais comentados entre as competidoras.
Agora... se você pensa que o bacana tá apenas em ver todo mundo mega "chique", você está muito enganado. O Ladies Day é também conhecido como o dia em que Galway vira um pandemônio, onde todos ficam muito bêbados em um nível extremo. Até então, eu não achava nada demais, porque aqui todo mundo bebe e sempre tem bêbados nas ruas. Mas o que eu vi nessa última quinta-feira é algo além do comum. Alguém aí assiste Walking Dead? Se sim, imaginem que ao invés de zumbis você tem bêbados nas ruas. É mais ou menos essa cena que eu presenciei depois das 9 da noite. 

Uma das mais simplesinhas
As ruas tavam transborandando de copos plásticos, garrafas e papeis. Aquelas mulheres emperiquitadíssimas que eu havia visto no alto de seus saltos, estavam no chão, deitadas nas poças de chuva, bêbadas com seus luxuosos vestidos azuis sendo encardidos por causa da sujeira no chão. Os meninos já estavam sem gravata e com ternos atirados por aí na rua (o desapego aqui é algo que impressiona muito ainda). Gritos, correria, tumulto, música. Um troço assim. Eu tava mais perdida que surda em bingo, mas rindo muito.

Óbvio que eu aproveitei pra fazer umas fotinhos, ao menos das que estavam em algum estado digno. Porque das outras eu fiquei com dó. (Tá, mentira, algumas eu até filmei, esperando que elas caíssem do salto [bicha má mode: on]) Mas foi super divertido conversar com algumas das gurias, super contando como tinha sido preparar seus chapéus, ou falando sobre os chapéus exóticos que elas tinham visto durante o dia. Ou então papear com o grupo de bêbadas que ficou impressionado com o cabelo e a pele da Cecília, que é morena de cabelo crespo.

Alguns chapéus são feitos pelas próprias mulheres, como essas da foto.

Parece uma coisa meio Barbie, não?

Parte do grupo de meninas que a gente conheceu no furdunço, muito legais (e bêbadas)

Sei que o que eu presenciei naquela noite foi algo “apocalipticamente” engraçado e que eu não imaginava que Galway pudesse ter: mais bêbados do que já tem.